Biodiversidade e Mudanças Climáticas na Mata Atlântica: equipe do Pacto visita áreas de projetos de restauração

10 iniciativas de membros do Pacto possibilitaram recuperação de mais de 2.800 ha

Visita em área de projeto de restauração do Instituto Internacional para Sustentabilidade (IIS) em Lumiar, Nova Friburgo

Nos meses de março e abril de 2024 a equipe do Pacto pela Restauração da Mata Atlântica – representada por Alex Mendes (secretário executivo), Amanda Fernandes (analista de projetos), Barbara Paes (analista geoespacial) e Rubens Benini (coordenador nacional) – realizou uma série de visitas a três regiões de Mosaicos de Unidades de Conservação, nas quais há projetos de restauração de cerca de 2,85 mil hectares da Mata Atlântica. 

O “Projeto Biodiversidade e Mudanças Climáticas na Mata Atlântica – Projeto Mata Atlântica” é uma realização do governo brasileiro, no contexto da Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável, no âmbito da Iniciativa Internacional de Proteção ao Clima (IKI) do Ministério do Meio Ambiente, Proteção da Natureza e da Segurança Nuclear da Alemanha (BMU). O Projeto é coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente do Brasil (MMA), com apoio financeiro viabilizado pelo KfW Entwicklungsbank (Banco Alemão de Desenvolvimento), executado pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO).

O Projeto teve como objetivo contribuir para a conservação da biodiversidade e restauração da Mata Atlântica, com enfoque em três regiões de Mosaicos de Unidades de Conservação selecionadas, contribuindo para a mitigação e adaptação às mudanças do clima. As regiões de atuação do projeto são o Mosaico de Áreas Protegidas do Extremo Sul da Bahia – MAPES, o Mosaico de Unidades de Conservação da Mata Atlântica Central Fluminense – MCF e Mosaico de Unidades de Conservação do litoral sul do Estado de São Paulo e do Litoral do Estado do Paraná – Mosaico Lagamar.

Confira as atividades em cada região e também os vídeos produzidos que trazem depoimentos de implementadores dos projeto de restauração:

Mosaico de Áreas Protegidas do Extremo Sul da Bahia – MAPES

Entre os dias 11 e 15 de março, a equipe, acompanhada por Eduardo Marangão (Embira Consultoria Ambiental), pôde conhecer os projetos com os implementadores responsáveis: Caio (Instituto Ciclos), Vitor (Movimento de Defesa Preservação e Sustentabilidade) e Wallyson (Grupo Ambiental Natureza Bela). 

A jornada começou com visitas às áreas restauradas com o plantio de mudas pelo Instituto Ciclos, no Parque Nacional do Descobrimento. Essas áreas enfrentam o grande desafio de restaurar a Muçununga, vegetação que ocorre em solos arenosos, úmidos e fofos, no norte do Espírito Santo e sul da Bahia.

Aproveitando a passagem pela região de Prado (Bahia), a equipe também visitou o membro do Pacto Viveiro Primaflora, onde foi recebida pelo proprietário Edimarcio, e em seguida rumou às áreas de plantio total, adensamento e de enriquecimento nas proximidades de Eunápolis restauradas pela ong Movimento de Defesa, Preservação e Sustentabilidade (MDPS), onde enfrenta-se o desafio de combater capins invasores. 

Encerrando a semana na região do MAPES, o Pacto também visitou áreas de restauração implementadas pelo Grupo Ambiental Natureza Bela, Unidade Regional do Pacto, dentro do Parque Nacional e Histórico Monte Pascoal, na companhia de indígenas Pataxós, executores dos SAFs (Sistemas Agroflorestais) e de Mário e Rafael (Viveiro Primaflora). Durante essa visita, o grupo teve a oportunidade de conhecer áreas de SAFs, trocar experiências e aprendizados, experimentar alimentos produzidos pela agrofloresta como melancia e maxixe, e almoçar com a comunidade indígena Pataxó, na Aldeia Meio da Mata.

Para concluir a viagem, também foi possível conhecer outros dois viveiros que forneceram mudas para os projetos apoiados pelo Funbio: os viveiros Coopanjé e Natureza Bela.

Mosaico de Unidades de Conservação da Mata Atlântica Central Fluminense – MCF 

Na semana de 18 a 22 de março de 2024 a equipe do Pacto visitou áreas restauradas dos projetos contemplados na região do Mosaico Central Fluminense acompanhada pelos implementadores e responsáveis pelos projetos: Mauricio e Samuel (Instituto Terra de Preservação Ambiental – ITPA), Luiz Carlos, Laila, Nelson e Matheus (Associação Mico Leão Dourado – AMDL), Delson, Wesley e Fernanda (Instituto Internacional para Sustentabilidade – IIS).  

Nos projetos de restauração foi possível observar uma diversidade de técnicas e metodologias e atividades, como enriquecimento com drones, plantio de mudas, capacitação dos viveiros locais, enriquecimento com epífitas, expressão da regeneração natural e nucleação.

Mosaico de Unidades de Conservação do litoral sul do Estado de São Paulo e do Litoral do Estado do Paraná – Mosaico Lagamar

Na semana de 15 a 19 de abril de 2024, o Pacto pôde realizar o monitoramento expedito nas áreas dos projetos na região do LAGAMAR Paranaense e de São Paulo, acompanhado pelos implementadores e responsáveis pelos projetos Reginaldo, Ricardo, Leticia e Rodrigo (Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental – SPVS), Ricardo e Daniel (Mater Natura), Juliano (Lactec) e Ana Cardoso (Iniciativa Verde), entre outros. 

As visitas tiveram início nas áreas restauradas com as técnicas de enriquecimento, nucleação e SAFs pelo SPVS, onde há o desafio de restaurar áreas úmidas e a adoção da estratégia de drenar as áreas com a criação de canais para promover enriquecimento com espécies que se desenvolvem na água, como o ingá vermelho e branco, bem como visitamos viveiros da SPVS. Em seguida, nossa equipe visitou Unidades de Conservação (UCs) e  RPPNs (Reserva Particular do Patrimônio Natural), enriquecidas pelo Mater Natura,  Unidades Regional do Pacto. Para finalizar as visitas no LAGAMAR Paranaense, a equipe seguiu para áreas de restauração da Lactec no Parque Nacional Guaricana e foi recebida pela comunidade indígena Tupã nhe’ Kreta. Nas áreas do projeto foram observadas diversas etapas como a extração de pinus, a técnica de nucleação (espécies pioneiras e de diversidade) e de linhas de escama de peixe (secundárias e clímax).

Em São Paulo, a equipe visitou áreas da Iniciativa Verde que atuou com plantio de mudas em área total com adubação verde, cercamento para condução da regeneração, SAFs e enriquecimento com palmeira jussara.

Projetos como este são fundamentais para impulsionar a cadeia da restauração e promover a recuperação da Mata Atlântica. As 10 iniciativas desses membros do Pacto, juntas, permitiram que mais 2800 hectares iniciassem seu processo de recuperação. E esta parceria possibilitou que o Pacto visitasse e conhecesse a realidade de seus membros.

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