Será que estamos felizes em ocupar a posição de “segundo sexo”?
Nesta semana das mulheres, acho que vale a reflexão
Se pararmos a correria do dia a dia, creio que todas nós, com um pouco de esforço, iremos constatar que já passamos por situações que nos colocaram nesta posição. Qual de nós mulheres não se sentiu em algum momento de sua vida insegura, desrespeitadas ou mesmo ameaçada por ser mulher? Assim é na esfera pública, assim é na esfera privada.
Não tenho dúvidas de que essas situações são resultado de um contexto social complexo, enraizado, dominado por homens. Não quero aqui nem comentar sobre a condição cultural, política ou social da mulher, dificílima de ser discutida. Entretanto, na esfera profissional ou no meio produtivo temos o deslocamento da mulher para o mercado de trabalho, mas sem as mesmas condições e oportunidades, onde exercemos o papel secundário quando comparadas a homens.
Apenas como lembrete, sobretudo para os homens, veja no seu contexto de atuação quantas mulheres estão presentes, qual papel desempenham, que cargos e funções assumem, diferenças salariais e etc. Isso para ficar em um estrato bastante perceptível, sem considerar diferenças mais sutis como oportunidades, credibilidade, responsabilidades e outros.
Mas porque “aceitamos” esse papel?
Não tenho certeza que fazemos isso com consciência. Creio que assumimos tantos papéis e estamos tão preocupadas em mostrar que somos capazes que acabamos por aceitar, para conseguir sobreviver a esse mundo, onde reza a cartilha do mais forte. E seguimos a diante, cada uma a sua maneira, individualmente e isoladamente.
Fazendo jus ao pai da Biologia, cabe ressaltar que essa visão do mais forte é uma interpretação errônea da teoria de Darwin. E, que em realidade, sobrevive aquele que mais se adapta as mudanças. E não tenham dúvida. O mundo, está mudando!
Na semana das mulheres estamos lançando uma pesquisa sobre o papel da mulher na restauração. Essa pesquisa tem como objetivo mostrar como as mulheres vem atuando – e sobrevivendo – na nossa área. Pretendemos através dessa série mostrar como a mulher tem um olhar diferenciado sobre essas questões ambientais, por sua condição na sociedade, por suas oportunidades (ou falta delas), mas também por sua paixão e sua essência.
Esperamos que essa série faça você refletir sobre o papel da mulher no nosso meio e como é importante abraçar essa diversidade de olhares e percepções. Convidamos você a responder as mesmas perguntas.
Mas de maneira fundamental, desejamos que as mulheres se sintam representadas, tenham um espaço para troca e que se fortaleçam nos seus propósitos.
Definitivamente não viemos a passeio e não seremos a segunda opção!
Agradecemos imensamente as mulheres que já contribuíram neste projeto.