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Mulheres de ImPACTO – Narliane Martins

“Gosto de prosear, de ouvir o barulho da água correndo nos córregos e cachoeiras, de descansar e pensar à sombra e umidade das matas, ver as sementes germinarem e crescerem, da risada de crianças brincando, do brilho no olhar das pessoas quando se sentem felizes … “

Narliane é mulher, bióloga, brasileira e tem 31 anos. Sendo mais uma mineira em nossa lista, ela é apaixonada por suas origens, região leste de Minas, que descreve como sendo de grande riqueza natural e complexidade social, econômica e ambiental. Ela aponta que aí destacam-se atividades econômicas de siderurgia, celulose, mineração e produção agropecuária que contrastam com a exuberância do Parque Estadual do Rio Doce, seus lagos e floresta Atlântica. De forma quase poética nos dá uma dica de sua personalidade:

“Gosto de prosear, de ouvir o barulho da água correndo nos córregos e cachoeiras, de descansar e pensar à sombra e umidade das matas, ver as sementes germinarem e crescerem, da risada de crianças brincando, do brilho no olhar das pessoas quando se sentem felizes, de compartilhar momentos com minha família, amigos e cachorros , de poder fazer algo pelo bem estar de outros seres, pelo todo e pelo coletivo uno que somos. “

Atua como Analista de Mobilização e Engajamento no Instituto BioAltântica – IBIO, organização sem fins lucrativos, criada em 2002 por indivíduos, empresas e ONGs ligadas ao tema sustentabilidade. Atuam em regiões ocupadas pela Mata Atlântica no RJ, BA, MG e ES, principalmente na Bacia do Rio Doce com projetos de restauração florestal, agricultura sustentável, ecologia da paisagem, gestão de bacias hidrográficas e adaptação às mudanças climáticas. Buscam modelos que viabilizem investimentos em infraestrutura natural, como forma de aumentar a resiliência de bacias hidrográficas.

Sobre a organização Narliane acrescenta “O posicionamento do IBIO é sempre técnico, transparente, apartidário e autônomo, e isso me faz ter uma imensa gratidão por fazer parte desta instituição. Trabalhar, não por dinheiro, mas pelo que acredito e pelo que tenho como proposito de vida é bom demais!!! Sou imensamente grata por esta oportunidade!!!”

PACTO: Como você começou a atuar neste temática ambiental? O que te levou a esse tema?

Narliane: Desde criança a natureza me intriga e me fascina. A curiosidade sobre as diversas formas de vida e o amor pela ciência me levaram a fazer Ciências Biológicas. Durante a graduação a curiosidade e fascínio só aumentaram, apaixonei-me pelas florestas e pela água. Fui monitora de botânica e de ecologia aquática. Pesquisei o que acontecia com as folhas vegetais após caírem das árvores e entrarem nos córregos. Aprendi a identificar macroinvertebrados bentônicos, bioindicadores de qualidade de água. Um córrego em meio a mata se tornou minha maior paixão. Saber que milhões de córregos e fragmentos florestais estão sendo destruídos e extintos dia após dia me motiva a atuar nesta temática pelo bem de todos os seres, pela diversidade, pela humanidade, por mim.

PACTO: Você tem um papel de liderança na área e região onde atua. O que considera relevante no seu estabelecimento nesta posição? Como chegou onde está hoje?

Narliane: A motivação, o reconhecimento, o exemplo e oportunidades apresentadas por grandes mulheres e grandes profissionais entre tais destaco minha mãe, Solange Maria de Melo Martins e a bióloga Aline Tristão.

Também foram essências minha dedicação aos estudos, busca por oportunidades e comprometimento com as oportunidades conquistadas.

Atualmente atuo como Analista de Mobilização e Engajamento no IBIO, após atuar 6 anos como Coordenadora de Programas e Projetos. A mudança de função ocorreu após percebermos a complexidade e importância da comunicação e engajamento dos stakeholders para o sucesso de nossas ações e cumprimento de nossa missão.

PACTO: Você acredita que igualdade de oportunidades para mulher e homens na área ambiental? Porque isso não se reflete em números?

Não acredito. Pelo que eu observo há mais homens nos cargos de diretoria e homens recebem promoção com maior frequência. Nos estabelecimentos rurais alvo das ações geralmente o homem toma as decisões de forma individual. Quando realizamos dias de campo ou cursos a maioria dos participantes são homens.

PACTO: O que podemos fazer para mudar essa realidade?

É o que desejo que possamos descobrir juntos no GT Diversidade do Pacto Pela Restauração da Mata Atlântica

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