Mariana Oliveira: “a restauração é uma agenda ganha-ganha, em especial na Mata Atlântica”

CRAQUES DA RESTAURAÇÃO: gerente do Programa de Florestas, Uso da Terra e Agricultura no WRI Brasil, a geógrafa Mariana Oliveira aponta a restauração como prioridade nas abordagens de trabalho e modelos de negócio. 

Geógrafa Mariana Oliveira atua como Gerente do Programa de Florestas, Uso da Terra e Agricultura no WRI Brasil.

Quinta entrevistada da série “Craques da Restauração”, Mariana Oliveira é geógrafa formada pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), possui especialização em Gerenciamento Ambiental na Universidade de São Paulo (USP) e a certificação em Conservação, Restauração e Uso Sustentável de Paisagens Florestais Tropicais pela Iniciativa de Liderança e Capacitação Ambiental (ELTI) da Universidade de Yale. 

Tem atuado como gerente do Programa de Florestas, Uso da Terra e Agricultura no WRI Brasil, desenvolvendo pesquisa e ferramentas para apoiar temas relacionados à conservação e restauração da vegetação nativa.

Na entrevista, Mariana reforça que a restauração já está acontecendo e que podemos aproveitar o foco da Década das Nações Unidas da Restauração de Ecossistemas para que o tema seja tratado como prioridade por pessoas e instituições. 

Confira: 

Como você se aproximou da restauração de ecossistemas e quais suas principais experiências no setor?

Desde pequena, em ações de responsabilidade corporativa na empresa em que meu pai trabalhava, já participava de ações voluntárias de plantios em programas de sensibilização e educação ambiental com a comunidade. Mas o meu envolvimento profissional se deu depois que me formei em geografia e passei a atuar no WRI Brasil no desenvolvimento da estratégia do Programa de Florestas no Brasil e que incluía o tema da restauração de paisagens e florestas. Minhas experiências no setor são mais relacionadas à articulação e engajamento em políticas públicas, pesquisa e comunicação, que me permitiram conhecer experiências nos diferentes estados da Mata Atlântica e também em outros biomas brasileiros. Para mim, a experiência de conhecer as pessoas que estão implementando a restauração são momentos de muito aprendizado.

O que você espera da Década das Nações Unidas da Restauração de Ecossistemas (2021-2030) na Mata Atlântica e no combate à mudança climática?

Eu espero que seja uma década que avancemos com a implementação e que possamos também avançar na aplicação de recursos para a restauração e para as pessoas que estão na zona rural. Que as pesquisas possam evoluir para processos de monitoramento de longo prazo. E que tudo isso contribua com a redução de desigualdades sociais, geração de renda, conservação da biodiversidade e combate às mudanças climáticas. Espero que pessoas e instituições possam, cada vez mais, tratar o tema como prioridade e parte das suas abordagens de trabalho e modelos de negócio.

Quais devem ser as mensagens-chave de comunicação do movimento pela restauração de ecossistemas da Mata Atlântica?

A restauração é uma agenda ganha-ganha, em especial na Mata Atlântica, onde as pessoas já sofrem os efeitos da degradação – seja na dificuldade de produzir ou recuperar áreas degradadas, seja com questões relacionadas à segurança hídrica, alimentar e energética. Portanto, creio que seja importante reforçar que a restauração já está acontecendo, que já existem casos de sucesso, e que o Pacto é um movimento que está aberto a melhorar e apoiar cada vez mais o tema e o bioma.

A série Craques da Restauração é uma iniciativa do Pacto pela Restauração da Mata Atlântica para valorização das personalidades ligadas ao histórico e às iniciativas de recuperação do bioma. Siga acompanhando pelos canais digitais do movimento!

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