Estratégia adotada para fomentar negócios da cadeia da restauração surgiu como iniciativa estruturada através de programa de treinamento, capacitação e financiamento de pequenas e médias empresas na Mata Atlântica
A restauração de ecossistemas possui múltiplos benefícios para as pessoas e a natureza e o setor tem criado inúmeras possibilidades de atuação em sua cadeia produtiva, podendo gerar emprego e renda para a população local. Um estudo produzido pelo Pacto e parceiros estimou que a cada 100 hectares restaurados, são criados 42 postos de trabalho. Por isso, pequenas e médias empresas possuem importante papel na transformação da restauração como um negócio que pode fomentar a economia.
Estratégia adotada ao longo de 2023 para fomentar negócios da cadeia da restauração, a Aceleradora de Negócios Florestais surgiu como iniciativa estruturada através de programa de treinamento, capacitação e financiamento de pequenas e médias empresas na Mata Atlântica.
Recebemos 122 inscrições ao longo de toda Mata Atlântica, das quais 20 foram selecionadas para participar da primeira fase. Os inscritos, que atuam com Reflorestamento com nativas, Implementação e manejo de agroflorestas e Assistência técnica e extensão rural para produtores rurais, reportaram a recuperação de mais de 5,7 mil hectares de áreas degradadas. Plantando mais de 2,3 milhões de árvores, contribuindo positivamente na vida de mais de 1.800 famílias e evidenciando a importância de pequenos e médios negócios na cadeia da restauração.
Ao longo de oito semanas de treinamento por meio de plataformas online e presenciais, foram abordados temas relevantes para os Negócios como plano de negócios, comunicação, gestão de pessoas, financiamento e precificação, além de temas específicos para negócios florestais, como governança, investimento ESG e mercado de carbono. Além disso, foi promovido um webinar sobre mercado de carbono e um encontro presencial entre os negócios.
“Participar do programa foi um divisor de águas.”
Marcelo Meneguelli Campos, Diretor Técnico da MV Gestão Integrada, participante da Aceleradora, disse que participar do programa foi um divisor de águas para a MV, e completou: “Trocamos inúmeras experiências em um ambiente colaborativo e fizemos ótimos negócios. Além de criar um ambiente propício para trocas entre os parceiros internamente, a Aceleradora buscou a conexão com investidores e potenciais clientes”.
Na segunda fase do programa, os cinco negócios mais promissores foram selecionados dentre os participantes da primeira fase para receber mentoria personalizada e um recurso financeiro de R$50 mil para apoiar na implementação de seus planos de crescimento e em suas atividades de restauração.
Além de facilitar a captação de outros financiamentos e do aporte direto, o projeto busca ainda fomentar a criação de uma rede colaborativa entre os negócios participantes, de modo a estimular o trabalho conjunto e intervir nos diferentes elos complementares da cadeia de restauração representados por cada um dos negócios participantes.
O programa contou com a participação de quatro membros do Pacto e ainda trouxe outros nove novos membros para o movimento, reforçando a importância do trabalho em rede na agenda da restauração.
A Aceleradora de Negócios Florestais é parte da iniciativa global intitulada The Land Accelerator, que já possui uma valiosa rede de negócios e oportunidades de investimento e está atuando na África, América Latina e Sul da Ásia. Mais de 190 empreendedores de 46 países já participaram para aprimorar seus negócios florestais.
No Brasil, a Aceleradora de Negócios Florestais é uma realização do WRI Brasil e da inciativa The Land Accelerator em parceria com o Pacto pela Restauração da Mata Atlântica, WWF-Brasil e Quintessa. A iniciativa conta com o apoio da Salesforce.
Saiba mais em https://www.wribrasil.org.br/aceleradora
(por Alex Mendes, Bruno Calixto e Luisa Toller)
